A construção de linhas subterrâneas em grandes metrópoles como São Paulo exige uma tecnologia que beira a ficção científica. O protagonista dessa operação complexa é o Tatuzão, uma fábrica móvel colossal projetada para escavar e edificar túneis simultaneamente sem abalar a superfície.
Na obra da Linha 6-Laranja, a máquina impressiona com seus 109 metros de comprimento e 10 metros de altura, o diâmetro exato do túnel. Diferente dos trens que passarão por ali, esse gigante não se move sobre trilhos, mas utiliza rodas inclinadas apoiadas nas próprias paredes.
Para avançar terra adentro, o equipamento usa 50 pistões hidráulicos potentes. Eles se empurram contra os anéis de concreto já instalados, projetando a estrutura de milhares de toneladas para frente milímetro a milímetro.
Tecnologia subterrânea avançada aplicada em túnel rodoviário de alta capacidade e segurança
Na ponta da máquina, uma cabeça de corte giratória atua como um ralador gigante contra o solo maciço. O processo não é feito a seco; injeta-se uma espuma de polímero especial para resfriar a ferramenta e homogeneizar a terra.
Esse material escavado é imediatamente transportado por uma esteira longa até a superfície para descarte. Essa técnica evita o superaquecimento e facilita a remoção contínua dos detritos sem paralisar a perfuração.
O Tatuzão não apenas cava buracos; ele deixa o túnel pronto e vedado à medida que passa. Um robô interno posiciona placas de concreto pré-moldadas, chamadas aduelas, formando anéis perfeitos que sustentam a terra acima.
Cada anel é composto por 9 dessas placas, que já possuem vedação contra infiltrações de água. É contra essa parede recém-criada que a máquina se apoia para dar o próximo passo, num ciclo contínuo de engenharia.
Quem tem curiosidade em saber como são construídos os túneis do metrô, vai curtir esse vídeo especialmente selecionado do canal Manual do Mundo, que conta com mais de 19 milhões de inscritos, onde Iberê Thenório mostra detalhadamente o interior do Tatuzão, a gigantesca máquina responsável por escavar a Linha 6-Laranja em São Paulo:
Operando 24 horas por dia, a máquina abriga turnos de cerca de 20 pessoas e possui infraestrutura completa de sobrevivência. O interior conta com refeitório, banheiros e enfermaria para garantir o bem-estar da equipe técnica.
Abaixo, veja os sistemas críticos de segurança e logística que operam nas profundezas:
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O abastecimento de peças pesadas, como as aduelas de concreto, é feito por veículos especiais chamados “trackless”. Como não há espaço para retorno, esses caminhões possuem comandos nas duas pontas, permitindo que o motorista apenas troque de cabine para voltar.
Essa dança logística garante que a “fome” do Tatuzão por concreto e suprimentos nunca cesse. Entender essa máquina é compreender como a engenharia moderna conecta cidades sem que ninguém perceba o caos no subsolo.
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